O Hóquei Brasil teve acesso ao conteúdo do novo estatuto da CBHG, que vai a votação em Assembleia Geral na próxima segunda-feira (14), às 11h, na sede da entidade no Rio de Janeiro. Representantes das federações estaduais vão ter que decidir sobre questões importantes, como a mudança no sistema eleitoral, que passa a dar poder de voto aos clubes, em vez apenas das federações. Fizemos um levantamento dos principais pontos que podem ser alterados e comentamos abaixo.
![PONTO 1](https://hoqueibrasil.wordpress.com/wp-content/uploads/2015/09/ponto-1.jpg?w=665&h=81)
Ponto 1: A CBHG, além da grama e indoor, quer ser responsável pelo Beach Hockey, Para Hockey e Hockey 5. Chama a atenção tal disposição, já que a mínima estrutura da entidade atualmente (e historicamente) mal permite que ela dê conta das modalidades atuais. O Beach Hockey, por exemplo, existe desde 2009, trazido por dois atletas por iniciativa própria, e nestes 6 anos a CBHG nunca mostrou interesse no esporte, que atualmente é disputado por atletas do projeto Deodoro Esporte / Castelo Waves.
Em relação ao Para-Hockey: É entendível que as modalidades paralímpicas são esportes que necessitam uma atenção especializada, onde sua Confederação ou Associação tenha profissionais e responsabilidades voltados para a inclusão, assim como sua filiação ao Comitê Paralímpico Brasileiro. A iniciativa é louvável, mas o que tem que se perguntar é: A CBHG tem capacidade para tal comprometimento?
-Esportes Paralimpicos com mesma Confederação:
Triatlo, Tenis, Hipismo, Ciclismo, Tiro com Arco, Tenis de Mesa, Remo
-Administrados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB):
Natação, Halterofilismo, Atletismo, Tiro Esportivo, Esgrima
-Administrados pela Associação Nacional de Desportos para Deficientes (ANDE):
Futebol de Sete, Bocha
-Administrados pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais:
Judô, Goalball, Futebol de 5
-Confederações Distintas:
Volei Sentado, Vela, Rugby, Basquete em Cadeira de Rodas
![PONTO 2](https://hoqueibrasil.wordpress.com/wp-content/uploads/2015/09/ponto-2.jpg?w=665&h=84)
Ponto 2: A CBHG obrigaria as federações estaduais a enviar, no prazo de 15 dias, todos os dados cadastrais e documentos referentes aos atletas e clubes de cada estado.
![PONTO 3](https://hoqueibrasil.wordpress.com/wp-content/uploads/2015/09/ponto-3.jpg?w=665&h=205)
Ponto 3: extremamente importante, porque tira das federações estaduais (e agora da comissão de atletas) a exclusividade de votar nas eleições para a presidência da CBHG. Pela regra proposta pela CBHG, todos os clubes que jogarem o Campeonato Brasileiro Adulto, mesmo que na Série B, terão direito a voto com peso “1”. As federações teriam peso “6”. Tal medida acaba enfraquecendo as federações, pois antes elas votavam em nome de seus clubes filiados, ao passo que agora cada um poderá ter uma postura independente. Numa situação hipotética, se numa federação com seis clubes todos votam de maneira diferente à da federação, o voto desta acaba não fazendo diferença na votação final da Assembleia Geral. A Comissão de Atletas, criada para ser uma voz ativa dos atletas dentro das decisões do esporte, teria seu peso muito reduzido nas votações, perdendo força e significância. Por que não ter peso igual ao das federações?
![PONTO 4](https://hoqueibrasil.wordpress.com/wp-content/uploads/2015/09/ponto-4.jpg?w=665&h=95)
Ponto 4: Outro ponto polêmico da proposta de mudança no estatuto da CBHG. A entidade diz que as assembleias gerais têm que ser realizadas sempre na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Parece uma reação à atitude da Federação Catarinense de Hóquei (FHESC), que convocou uma AGE em Florianópolis em 2014 para deliberar sobre irregularidades na própria confederação brasileira.
![PONTO 5](https://hoqueibrasil.wordpress.com/wp-content/uploads/2015/09/ponto-5.jpg?w=665&h=121)
Ponto 5: Outro ponto importante: o texto da CBHG diz que os times terão direito a voto se tiverem participado do Campeonato Brasileiro adulto masculino OU feminino, em vez de prever participação das duas categorias. E por que utilizar o critério da categoria Grama para votação? Existe um Campeonato Nacional Indoor que poderia ser utilizado também, já que possui mais fácil adesão dos clubes e é organizado pela CBHG. Estranha a restrição ao Indoor para uma confederação que quer ser representante de várias outras modalidades de hóquei.
![PONTO 6](https://hoqueibrasil.wordpress.com/wp-content/uploads/2015/09/ponto-6.jpg?w=665&h=175)
Ponto 6: a CBHG está acabando oficialmente com a diretoria. Mas quem eram os diretores? tal informação nunca foi divulgada publicamente pela entidade, que sempre concentrou todas as atividades – assim como atualmente – nas mãos de pouquíssimos funcionários.